segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Conversa com as paredes

Um diálogo se fez, ao cenário de loucos,
em que alguém se pôs a discutir com as paredes.
Obteve um sorriso, ou pensou receber um...
Obteve uma resposta, ou, como consolo a criou...

Os abraços eram trocados pela camisa de força
a uma louca em que seu único delírio foi acreditar nas paredes;
e por que não acreditar?
Por que ignorar tal existência, que mesmo na metáfora em que se apresenta,
já foi a paixão em dias em que os delírios não a deixavam louca.

A camisa de força que imobilizava,
a controlava do desespero em que a solidão lhe proporcionou...
As paredes, figuras em que a linguagem conta a história,
são as protagonistas de tantos romances,
que neste era vilão.
Com seu sorriso amargo, ignora a mocinha, a vítima perfeita;
cheia de inocência a ilude e enlouquece
quando o príncipe se comporta como mais uma parede do castelo.

Por Karime Pierre