segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Conversa com as paredes

Um diálogo se fez, ao cenário de loucos,
em que alguém se pôs a discutir com as paredes.
Obteve um sorriso, ou pensou receber um...
Obteve uma resposta, ou, como consolo a criou...

Os abraços eram trocados pela camisa de força
a uma louca em que seu único delírio foi acreditar nas paredes;
e por que não acreditar?
Por que ignorar tal existência, que mesmo na metáfora em que se apresenta,
já foi a paixão em dias em que os delírios não a deixavam louca.

A camisa de força que imobilizava,
a controlava do desespero em que a solidão lhe proporcionou...
As paredes, figuras em que a linguagem conta a história,
são as protagonistas de tantos romances,
que neste era vilão.
Com seu sorriso amargo, ignora a mocinha, a vítima perfeita;
cheia de inocência a ilude e enlouquece
quando o príncipe se comporta como mais uma parede do castelo.

Por Karime Pierre




domingo, 25 de novembro de 2012

Profundo azul

Espalho as cinzas de minha saudade, depois da chama arder pela minha dor. Lamento a minha ausência e de todos os dias em que pus a chorar. Lamento também os telefonemas que perdi e que não tive coragem de ligar. Espalho todos os dias um pouco de minha saudade, para que um dia você a encontre por aí.
De vários tons se fez o cinza de minha dor; Conforme a saudade que pulsa a ausência que machuca; Tortura  a voz que suaviza meus ouvidos; maltrata o carinho que não se faz; pulsa sozinho pelas batidas inacabadas de minha dor.
Insuportável é tal sensação! Insuportável não saber o dia que irei ver; se irei ver! Triste realidade do tempo em que nada é explicado ou é acaso. E mesmo que o acaso tenha nos unido, ele nos prega peças a cada lágrima que rola. A ironia do tempo nos fez amigos eternos. Nos fez tornar inesquecíveis as histórias que por hora, só estarão na memória.
Tantas palavras talvez não possam nem expressar ou explicar. A única que se faz completa é a dor da saudade. A saudade que protagoniza a filme que um dia irá acabar. Não sei se leva embora minha saudade, mas deixa o vazio de seus olhos negros e profundo. De seu sorriso tímido e de seus beijos inacabados. Aquele que já foi parte de um sonho, e hoje não passa de uma lembrança.

Adeus saudade, que venha agora minha recompensa. Que eu não precise mais escreve como Clarice Lispector.


sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Estátuas

O quão medonho pode ser uma estátua. Quão estranho são seus traços vazios. Traços criados a semelhança de alguém que já se foi ou alguém que nunca existiu. É medonho admitir que estão ali, com seu olhar distante e sem vida. Tão próximas da realidade, mas tão longe da vida como ela verdadeiramente é.
O quão medonho é aquele que se porta como estátua. Que seus traços são vazios. Mesmo de feições tão belas, é dotado de um sorriso mascarado à semelhança da estátua. Estão tão perto da realidade da vida como ela é, que mesmo em um senário de loucos, junta-se ao chão em uma pose sem fim.
O quão estanho pode ser a vida se não houvessem estátuas. Pessoas passariam a ser algo fixo, como aquele ancião pedindo esmolas na rua; Amigos seriam ignorados pelo vício de tentar se inundar em seu mundo virtual; e quem você mais ama ficaria na memória.
Que bom que existem as estátuas, pois como anda o mundo, um dia seria confundida por uma.

Por Karime Pierre

" Nossa dor vem da distância entre aquilo que somos e o que idealizamos ser " Friedrich Nietzsche

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Para ti

Tudo quanto penso sentir me engana a cada instante.
Minha decisão, agora, não é tirada por horas,
mas pela repentina vontade que me cerca.
Ao acaso, pois gera surpresa... ao inesperado!
Se não dizer ao imprevisível...

Tudo quanto um dia neguei, vem transbordando
com toda a vontade de sentir seu perfume em mim.
Ouvir suas declarações entre os suspiros
e tentar descobrir o que está pensando...
Tentar ler seus olhos e achar em seus traços
sua personalidade.
Sentir nos sussurros o mais profundo sentimento
que nos cerca.

Tudo quando marca, sela
transborda a vontade entre o doce de estar ao seu lado.
Entre nossas calísias, entre sentir seu beijo... 
Juntei tudo, daí se fez meu desejo.
E não há palavra que poça descrever,
não há expressão,
Contanto que de ti não me separes mais. 

Tudo de tão infinito se fez, em sua doçura
e leveza, mantendo-me cada dia mais encantada.
Meus olhos não precisam mais estar fechados,
pois vivo sonhos a cada abraço.
E quando de fato sonho
é por que você é um sonho pra mim!

Por Karime Pierre




Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência, não pensar...
Fernando Pessoa




domingo, 15 de abril de 2012

Páginas

O passado voltou como páginas de um livro. Correndo por meus olhos como linhas de um romance vivo enquanto conto de fadas. A fantasia voltou transformando meus pesadelos em sonhos, minha frieza em abraços... Confusa realidade desda mistura infinita de saudade com desejo. Onde o desejo não pode existir e a saudade transborda.
Como páginas manchadas com lágrimas tornou-se infinitas as vezes que as passei. Para por minhas lembranças em contato com minha vida real e para que elas tornem meus dias um pouco mais inspiradores.
Contudo, fechar um livro de tantas páginas é encerrar uma história sem um final feliz e sim cômodo. Com sorrisos e suspiros em cada linha e declarações ao pé do ouvido; com pedidos infinitos, amor eterno e palavras nunca mencionadas a mais ninguém.
Sim, estou convencida que é o necessário a fazer.
Sim, estou certa de que...
Bom, um dia já falei isso!

Por Karime Pierre

quinta-feira, 29 de março de 2012

Está frio!

Para quê importa o amanhã? Não sei se estarei mais louca ou menos apaixonada! Não me importa saber como será o dia e se terá sol lá fora. Me perdi em sonhos tão profundos que até o real me confundi.
Para quê ter algum sentido, não precisa! Sem explicações, sem palavras... somente atos!
Não sei realmente se a loucura irá me consumir. Me encontro em estado de completo delírio e me perder em toda essa loucura é lucro; me arriscar em riscar seus traços, mais uma circunstancia...
Para quê importa o amanhã? Não terei como esconder, não conseguirei marcará as dúvidas ou frustrações de um sorriso mal dado. Não sei realmente se os suspiros e a paixão eram de todo verdadeiro! 
Nesse caso o sentido não pode existir... pois o valor está em todo o sentimento no conjunto!
Para amar o sentido não vale, o senso se perde... as palavras somem!
Para que ele viva, tem que se fechar os olhos e encarar o plano completo das mãos sempre juntas.
Olhar nos olhos e encontrar um lugar onde quer estar todo momento; É perceber que sua vida não é mais vida sem que preencha com a dele; Que o vazio tem dono e rapidez para mudar de estado. 
Para ganhar sentido aos suspiros e valor aos beijos intermináveis; E fazer das mordidas, brincadeiras!
Fazer de um dia frio, uma desculpa pra dormi sem se preocupar com as batidas na porta ou com o despertador. E fazer das conversas baixas declarações e das lágrimas desculpas para tanta felicidade.

Por Karime Pierre

"Procurei inspiração nos poetas, mas descobri que eles choraram mais do que eu"







domingo, 26 de fevereiro de 2012

Marejados

Cala a alma do amante. Depois da loucura dos suspiros, entregando-se ao infinito do romance, fez-se a tortura da verdade nua e crua. Cruel era o sorriso entre os lenços amassados; Cruel era a dor da saudade; Cruel lógica da realidade entre todos os momentos infinitos enquanto durou. 
Declaro que, matando-me aos poucos, reza a lenda que um dia tudo mudará. O final feliz dos contos de fadas, falsos ou não, são uma inspiração aos olhares apaixonados de esperançosos donos de corações partidos. 
Reza a lenda também, que dessas histórias só nasceram mais vontade de recomeçar e livros cheios de paixão. Alguns olhos marejados talvez... 
Então, feche os olhos, lembre-se de tudo que já te fez feliz... de todos os momentos com quem ama... de todos os suspiros, beijos, mordidas... conversas feito sussurros.
Mas lembre-se, nunca se arrependa, pois o amor sempre será amor... ele apenas irá escolher outra pessoa!


Por Karime Pierre


Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso.

Fernando Pessoa

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Move On


Move On

How do I end up in the same old place?
Faced again with the same mistakes
So stop, thinkin' I know what is right
But life proves me wrong everytime


Takin' roads that lead me nowhere
How do I expect to get there?
But when will I learn to just put you first?
I come to you now when I need you,
But why do I wait to come see you?
I always try to do this on my own
But I was wrong cause only with you
Can I move on (Can I move on)


When I am weak
It's you that makes me strong
And I know that you've been with me all along
So many times I begin to close my eyes
And listen to my heart
With you, life is so easy
Why do I make it hard?


Oh, takin' roads that lead me nowhere
How do I expect to get there?
But when will I learn to just put you first?


(Hey!)
(Chorus)
I come to you now when I need you,
But why do I wait to come see you?
I always try to do this on my own
But I was wrong cause only with you
Can I move on (Can I move on)


I can't out of my own way
Let you have your way
Cause I realize
I'm not good on my own
I'm there for you, I'll serve for you
I can't live without you. Noooo


(Chorus)
I come to you now when I need you,
But why do I wait to come see you?
I always try to do this on my own
But I was wrong, I was wrong,
I was wrong
With only you, only you, with only you
Can I move on, can I move on,
Can I move on

Bruno Mars LINDO! *-*

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O Louco

Dotado de trejeitos caracterizo O Louco: meu velho companheiro de insanidades. Aquela parte escondida em meu cérebro que pensa em coisas absurdas, infundadas, mas que reserva este dom como um modo de se libertar deste mundo ainda mais louco. Não o culpo por tal jeito, e sim entendo suas necessidades. Entendo a loucura como um estado em que não podemos controlar; Ou só conseguimos controlá-la quando não há mais loucura a inventar.
Este teu modo insano de pensar me leva a artimanhas para entender tais passos. Uns largos e animadores, sendo outros misturados por cores borradas e cortes. Mesmo assim expõe seu sorriso, entre os cabelos bagunçados o tornando possuidor de uma beleza única. Olhos profundos e verdes. Insônia seguida de textos românticos à sua própria loucura. Considera-se diferente, não pelo estado em que se encontrava, mas pelo que vê, o que sente...
Senti-se só... Excluído e colocado junto de pessoas "como ele". Uns lhe apresentam amigos imaginários, outros lhe fazem até ouvir vozes. Real? Nem ele mesmo acredita! Encontra-se ainda mais diferente dos outros. Ainda pelo que vê e o que sente... Mas em volta daquela camisa branca e dentro deste quarto fechado se sentir só é apenas momentâneo.


Por Karime Pierre


Eu acredito que aquilo que não nos mata nos torna definitivamento mais estanhos. The Joker in Batman.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Juramento

Apesar de matar a saudade ainda sim ela persiste em me incomodar.
Tornando os dias difíceis, meus passos lentos e vagos, minha visão embaçada.
Declaro então que passarei minha vida perseguindo esta sensação.
Não deixando tornar-se dor e mesmo que se transforme, buscando modos de afastar as lágrimas subsequentes.
Perseguirei cada sinal que me faça sofrer de modo que ela não exista mais.
Então que venha a saudade,
juro que tentarei tirá-la de minha cabeça!

Por Karime Pierre

O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo... Mario Quintana


sábado, 7 de janeiro de 2012

Descrever

Descrever é como tentar imaginar um mundo coberto por fantasia e ver você onde sempre quis. Descrevo por que penso em como as coisas poderiam ser mais fáceis, mais bonitas e simples. As cartas de amor não precisavam ter folhas e mais folhas. Bastariam somente três palavras que todos um dia esperaram obter de quem gosta. Bastariam somente ações... concretas, certas, eficazes. O que seria de mim sem a vontade de descrever fatos em busca de transformá-los verdade. Fazê-los saírem de sonhos para a realidade de meus dias. Descrevo a troca de olhares em um simples gesto romântico, envolvido na doçura do primeiro amor, mas também na vítima perfeita frente ao seu assassino. Não vejo dificuldade, mas solução para uma vida igual e monótona: Os dias confusos, em minhas tardes de calor coberta de contas e problemas a solucionar. Seria tão fácil transformar meu local de trabalho em um campo coberto por uma grama verdinha, aparada, embaixo de uma árvore, sentindo a brisa levar meus cabelos a flutuar... Seria tão fácil viver um amor de filme ou livro, onde há dificuldade por quarenta minutos para por fim o esperado felizes para sempre. Fim da bruxa, fim dos pesadelos, fim de toda uma solidão... Seria realmente fácil acreditar em um conto de fadas, já que príncipes e princesas estão realmente em falta. Ou nunca existiram de fato! Então, para quê viver sempre no mesmo... viver sem sonhos ou perfectivas... sem pretensões futuras! Basta somente fechar os olhos... Deixar a magia envolver a monotonia. Mas se lembre, ao abrir os olhos novamente encare a vida ainda mais bela, não esperando seu conto de fadas e sim buscando no imperfeito, no real, no normal a perfeição. Esses são os príncipes que tento descrever. Esses são os dias que enchem meu papel de descrição!

Escrever é se entregar a um mundo onde só se volta dele se você conseguir mudar sua vida pelo menos um pouco.

Enquanto houver um louco, um poeta e um amante haverá sonho, amor e fantasia. E enquanto houver sonho, amor e fantasia, haverá esperança. William Shakespeare