quarta-feira, 25 de maio de 2011

Meras palavras

Acho, com todas as letras,
que meu coração está profundamente
decepcionado.
Frustrado, embaraçado entre todos os grilos
que rondam este lugar.
Sim, não devo me preocupar com outros olhares,
mas minhas linhas precisam ser lidas,
criticadas e pensadas.
Pois, sem este mínimo não há sentido;
Ou há sentido somente para as paredes
que me ouvem.
Não quero fazer deste texto uma súplica,
não necessito de aplausos...
nem de elogios.
Contudo, desejo o interesse,
para que eu continue a sorrir por gosto de escrever.
Minha vida se tornou linhas e páginas,
porém elas, aqui, se tornam amassadas...
Nem ao menos estão rabiscadas,
na verdade estão,
mas somente por mim.

Por Karime Pierre

Descrição do dia: Ainda faz frio. Meus dedos estão ao ponto de congelar. Meus olhos estão ao ponto de fechar devido ao meu sonho. Meus lábios, agora, só desejam gritar... Se ouvirem algum lamente profundo rangendo dentre sua sala, certamente não serei eu... há desejo, mas não coragem. Só grito nas entrelinhas!

" Não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito " William Shakespeare

" Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens " Fernando Pessoa

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Dia de frio

Tenho alguns motivos a dizer-te, mas...
Certo dia o tempo se tornou inacabado
e um vento, um tanto quanto frio,
fez esfriar este sentimento.
Contudo, de repente,
da doçura vibrante do tal ponto amarelo,
recebi o consolo de que nada havia se acabado.
Nada havia saído do lugar...
Mas... tomando ainda de medo
faço a ti minha palavras.
Sem ao menos dizer-te o motivo,
contendo meu sorriso,
contendo meus passos.
Não me entenda mal...
Só entenda que não poderá
saber meus motivos... ainda não!

Por Karime Pierre

Descrição do dia: Faz frio!

"As mais belas frases de amor são ditas no silêncio de um olhar" Leonardo da Vinci

terça-feira, 10 de maio de 2011

Poético

Em meus dias senti-me deprimida ao perceber que eram, um tanto quanto insignificantes, quanto a sua falta. Não querendo recorrer aos encantos do amor, mas tirando palavras dele para me completar, não há sentido. Realmente há chuva ao invés de sol; faz um frio que gela até as pontas dos pés; e aquela certa tortura que embrulha o estômago. Ele se revira como se estivesse nervosa ao te ver, mas neste dia não o vi, então... o frio no estômago não ligava-se ás batidas do meu coração, mas a uma ausência sentida e sentida... Então o que queres que eu diga a não ser isso? Sinto falta dos teus olhos grandes e curiosos. De seu sorriso contido, curto... significativo para alguns dias e outros, rabisco. O que queres que eu diga? Mentira? Não, jamais omitirei tal sentimento em linhas... em linhas! Pois seus ouvidos ainda não possuíram tal sentido de sua existência.   

Por Karime Pierre

Descrição do dia: Peço a vocês, meros leitores, que compriendam meus dias. Sei que minhas palavras tem sido de um tom muito poético, mas como posso descrever tal imagem ou situação sem recorrer a estes artifícios poéticos? Não teria sentido ou modo para escrever a não ser dificuldade e máscaras para minhas linhas. Acredito que mesmo entre os grilos que percorrem meu Blog há alguma alma viva que perceba o sentimento em minhas palavras. Podendo sim achar lindo ou meloso ao ponto de sentir o cheiro do mel; ou vendo-o cair sobre a mesa que escrevo.

"Falar é completamente fácil,
quando se têm palavras em mente
que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por gestos e atitudes
o que realmente queremos dizer,
o quanto queremos dizer,
antes que a pessoa se vá"
Carlos Drummond de Andrade
"Eu queria trazer-te uns versos muito lindos
colhidos no mais íntimo de mim...
Suas palavras seriam as mais simples do mundo,
porém não sei que luz as iluminaria
que terias de fechar teus olhos para as ouvir...
Sim! Uma luz que viria de dentro delas,
como essa que acende inesperadas cores
nas lanternas chinesas de papel!
Trago-te palavras, apenas... e que estão escritas
do lado de fora do papel...
Não sei, eu nunca soube o que dizer-te
e este poema vai morrendo,
ardente e puro, ao vento da Poesia...
como uma pobre lanterna que incendiou!"
Mario Quintana

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Amarelos

Seus olhos eram amarelos feito sapos nojentos.
O ponto preto ás vezes não era preto,
no sol era de um azul tão bonito,
que o tom horripilando do amarelo
fazia hipnotizar.
Sua pele era branca como a neve,
mas vivia em um calor intenso.
Seu sorriso também era amarelo, contudo
sempre mostrava os dentes
sarcasticamente ou forçando felicidade.
Seus dedos eram compridos
e no final unhas grossas feito lâminas.
Quase não tinha pelo nos braços
Quase não tinha cabelo na cabeça
somente um punhado de cor estranha.
Usava sobre o corpo
uma roupa escura, mal passada, ou não passada
sapatos negros e de bico pontudo.
Uma gravata azul escura
que naquele dia parecia estar desalinhada.
Não estava em volta do pescoço,
mas em suas mãos.
Andava normalmente, com pausar propositais,
mantinha a cabeça meio inclinada
de modo que o pouco cabelo que tinha
caia tampando os olhos amarelos.
Está parado, neste momento, em um beco.
Está vigiando passos apressados em sua direção
Ignorou os gritos de dor que pôs a ouvir.
Fixou seus grandes olhos até que os gritos pararam.
Tomou-a nos braços e assim arrastou-se com tal peso até
cruzar a esquina.
Sussurrava por todo o percurso uma melodia assombrada.
Até que o caminho acabou junto da história,
Que de nada feliz se fez naquela noite fantasmagórica.

Por Karime Pierre

Descrição do dia: Um dia normal, uma tarde como qualquer outra. Minha inspiração veio do terror dos filmes que não gosto, mas do tema que sou fascinada. Escrevo sobre o sangue de várias vítimas. Choro sobre seus corpos, mas depois descubro que foram meras histórias e não choro mais. Estava com saudade do suspense e do terror em minhas linhas por aqui. Um dia produzirei um filme de terror :S Enquanto não chega continuo desenhando heróis e vilões. Neste caso, mais um vilão para minha coleção.

" A imaginação é mais importante que o conhecimento " Albert Einstein

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Algum dia do mês

A poesia de minhas palavras
ecoaram no meio das montanhas
com um pouco de chuva caindo
com um certo brilho esquisito
mas, ainda que se faça poesia
das coisas da vida, das coisas vistas.

Na tarde anterior encontrei-me
jogada aos pés de uma árvore.
Olhava o sol se despedindo, cansado,
amarelado, encantado com o sorriso que abri.
Agora se tornava vermelho até sumir
e sumiu.

Estrelas tomaram o céu.
Brilhavam os pontos, que pontos...
O céu com todo seu azul marinho
e cristais... me levava a ele contemplar.
Hipnotismo, com certeza.

A manhã, outra vez, veio a surgir.
Com os pontos sumindo,
a lua se escondendo
e ali estava ele: o sol.
Amarelo, completo, vivo...
Belo!

Por Karime Pierre

Descrição do dia: Quem dera poder olhar o céu assim todos os dias. Quem dera ser reconhecida por tão belas palavras. Mas, tomei-me somente do tempo e da esperança. ;D

" A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos " Charles Chaplin