terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Rosas

Há pouco deixei uma rosa em minha cama. Era de um vermelho ousado e misturava-se a algumas pétalas que eu mesma espalhei. Sobre minhas mãos ainda estava seu aroma e nas pontas o vermelho se fez misturar a minha pele. Não sei ao certo o que elas significavam para mim, mas me inundei de paixão ao lembrar quem havia me dado. Um gesto único dentre todos que já recebi nesses anos, doce e sem palavras. Embora precisasse delas nesse momento para expor o que realmente sentia.
Meus olhos se deliciaram ao toque das lágrimas e conforme desciam sobre minhas bochechas levava a mão para retirá-las. Não quero que as veja. Não quero parecer frágil, ou expor o quanto sou. Abro um sorriso contido e viro-me ao espelho. Vestido branco, maquiagem ressaltando os traços belos de meu rosto, sapato alto... Sorrio novamente!
Meus olhos por fim se encontraram aos seus... Os dois brilhavam como se houvesse uma luz muito forte por perto, mas só havia nossos corpos juntos em um abraço. Depois um beijo... O beijo de nossa paixão! O beijo que se fez após os dois olhos se fecharem no profundo consolo de estarmos juntos ali. Para terminar o dia e dar início a muitos outros. Para eternizar o amor que sinto e que tornei público ao declarar que aceito!

Por Karime Pierre

Leitores,

Um ano está acabando, e quero deixar claro que este foi o ano que menos escrevi e me preocupei em divulgar meus textos aqui. Mas foi o que mais escrevi meus livros. Amo de verdade consumir cada centímetro dessas linhas e quero continuar minha vida assim. Mesmo que não seja reconhecida publicamente por isso. Não serei hipócrita dizendo que só quero escrever para as paredes, como faço sempre, mas se nunca houver reconhecimento pelo menos me diverti inventando esses lugares que sonho um dia possuir. Agradeço a cada um que teve paciência e peço que tenham ainda mais com os anos que se seguirão. Em fevereiro meu blog completa 3 anos e 200 postes. Mas ainda há tristeza em meus olhos, pois eles passaram como vento a tantos olhos... só passaram não permaneceram. Obrigada a todos e que venham mais anos, assuntos, amores e lágrimas...

Tudo quanto penso, tudo quanto sou, é um deserto imenso, onde nem eu estou... Fernando Pessoa 

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Prólogo

Lembro-me muito bem de seus olhos, eram de um verde profundo como as folhas das árvores e brilhavam como esmeraldas. Sua pele estava pouco palia, acinzentada, e mantinha a respiração pausada, porém ofegante. Tentava comunicar-se comigo, mas devido sua fraqueza o tom não se definia tão pouco conseguia entender frases completas. Contudo, de mim a calma era tão clara quanto à presença agonizante ao lado. O tempo corria sem lhe dar esperanças e até que passou. Nossos olhos, em seus últimos suspiros, se encontraram em uma mistura completa de raiva e dor, mas pousados entre o acúmulo do ódio e a mansidão de minha face. Suas mãos tremiam e seus dedos, um tanto quando nervosos, tentavam tocar meus pés. Em vão! Estava sobre a pousa de seu próprio sangue que de tão denso o fez grudar em sua roupa e no chão. Lentamente escorria... Me afastei!
Fico pensando, hoje diante desta carta, da frieza em que meus olhos se puseram a cena que presenciei. Não sorri, continuei ereto trajado de meu sobretudo negro, botas feito montaria e chapéu. Sim, usei um chapéu! Minhas mãos suaram um pouco... Meus pensamentos voaram por muitas histórias passadas e feito flash voltaram-me ao objetivo inicial. Me fiz um tanto quanto detalhista, mas não expus suas súplicas por vida, seus gritos até o último onde o vi perder a vida. As esmeraldas pouco a pouco ganhavam um tom fosco ao fraco até o vazio da morte. Sim, eu o matei!

 
Sei que está com esta carta nas mãos, não se desespere, eu estou vendo você, ninguém mais!

Por Karime Pierre


Sim, estou inaugurando meu novo livro; Um novo projeto; Um novo sonho para encher 2012 de medo, sangue... ISSO MESMO, um livro de terror! E titula: Me encontre!
Para que ele encha seu dia de medo ou de pavor, lhes apresento ao meu novo protagonista, mas terá de encontrá-lo!


O livro é um mestre que fala mas que não responde. Platão


Dupla delícia. O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado. Mário Quintana

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Passou!

O nosso tempo passou...
carregou o passado das mágoas,
nossas risadas, abraços que poderiam ser intermináveis,
e nossos beijos que estão em mim ao fechar os olhos.

Ás noites, vigiados pela lua,
selados em nosso aconchego...
com conversar como sussurros,
como juras,
como pedidos ao pé do ouvido.

Aos dias... quantos dias!
Onde até em brigas,
depois conciliações,
brigas... beijos!
Até o dia que os beijos não voltaram...
e foi o fim de nossos dias!

Ai saudades!
Quanta saudade...
Saudade do que passou
e não vai voltar...
do que deixei de dizer ou fazer...
do amor que mais poderia demostrar.

Saudade, dói!
Saudade, vejo lágrimas...
Saudade...
por que demora tanto para passar?

Por Karime Pierre

O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo... Mário Quintana

A saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar. Rubem Alves

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Fim do ano

O tempo passa e passa rápido demais para até mesmo respirar.
Sentir o ar entrando e saindo, calmamente.
Isso comigo, definitivamente, não acontece.
Meus dias são velozes, com respiração acelerada e estresse aos nervos.
Então, faço agora, sobre meu blog.
Respira... Solta!
Aproxima-se um novo ano, e o que COM CERTEZA irá acontecer: mais coisas a se preocupar...

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos" Fernando Pessoa

- Último ano do mês -